O município de Uruaçu, região norte do Estado, foi o último a receber uma das rodadas do Seminário Regional de Comercialização de Grãos e Mercado Agrícola 2012 promovido pelo Sistema Faeg/Senar e Sindicatos Rurais e o Presidente do Sindicato Rural de Porangatu Carlos José Garcia, os diretores Antonio Anselmo, Weliton Ferreira e representantes da empresa Casa do Criador estiveram presente no evento. O encontro foi realizado no Tatersal do Sindicato Rural do município, terça-feira (07), às 18 horas. O evento teve como objetivo levar às regiões produtoras de milho, soja e algodão do Estado, informações sobre as perspectivas do mercado para a comercialização da produção.
No encontro, realizado anualmente antes do início da colheita da safra de grãos, os produtores, que estão em plena safra, receberam orientações sobre as perspectivas de comercialização, o desempenho do mercado, as condições de armazenamento da safra e qual cenário econômico poderão encontrar no momento da venda da produção. Durante o Seminário, em Uruaçu, o consultor de mercado financeiro, Fernando Muraro, realizou uma apresentação sobre os fundamentos de mercado e a formação de preços, a situação de abastecimento de grãos, cenário brasileiro e rentabilidade, entre outros assuntos.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, o ano novo chega em meio a incertezas quanto ao comportamento da economia mundial, especialmente da Europa. “Esse cenário exige prudência por parte dos produtores rurais”, alerta José Mário. De acordo com ele, cautela ainda é a palavra chave. Segundo o assessor técnico da Faeg para a área de cereais, fibras e oleaginosas, Leonardo Machado, a comercialização da safra 2011/12 de soja será feita com preços médios interessantes para o produtor. “Ainda não dá para saber se vai ficar acima do que foi pago em 2011, mas acredito que os produtores terão resultado positivo em relação à comercialização da safra”
Os produtores, orientados por consultores da Faeg, procuram negociar sua produção antecipadamente para segurar melhores preços. Medida usada para aproveitar preços remuneradores no momento de se fechar o contrato.Incertezas para o período de colheita são apontadas por consultores como fatores que influenciaram o maior número de vendas futuras.
Segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado, aumentou o porcentual da safra brasileira de soja comercializada antecipadamente. De acordo com a consultoria, até o final de novembro já havia sido negociada 40% da produção de soja, estimada em 75,3 milhões de toneladas. O índice supera a média de 29% registrada para a transação nos últimos cinco anos. A prática também é utilizada por produtores de outras culturas, como as de milho e algodão. Para o produtor de feijão, que ainda tem a venda restrita ao mercado físico, a expectativa de preço é superar o mínimo estipulado pelo governo federal de R$ 72,00 a saca.
Um levantamento da empresa de consultoria Agrosecurity estima que em Goiás, considerando os municípios do sudoeste, Rio Verde, Jataí e Mineiros, 35% da safra de soja tenha sido comercializada até 20 de novembro e, desse montante, 16% foi por troca e o restante por modalidade de contrato futuro. Nos três municípios, a operação de troca foi maior entre abril e junho. Na safra anterior, no mesmo período, a comercialização antecipada de soja havia sido de 28%.