As projeções e expectativas da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para a economia brasileira pioraram bastante neste final de março, porque os indicadores tabulados pela equipe do economista-chefe Rubens Sardenberg apontam para um crescimento econômico (PIB) de apenas 3,3% para este ano, portanto ligeiramente inferior aos 3,4% previstos em janeiro, que foram de 3,4%.
Se você examinar todas as tabelas que vão no link a seguir e que foram divulgadas nesta quarta-feira no Rio, será possível perceber que a projeção sobre o PIB baseiam-se em expectativas pessimistas para o desempenho da agropecuária (3,3%), mas sobretudo da produção industrial (2,6%). Apenas o setor de serviços puxará o PIB para cima (3,6%, contra 3,5% em janeiro).
A inflação medida pelo IPCA poderá ficar ligeiramente abaixo dos índices de 2010 (5,9%) e 2011 (6,5%) situando-se na casa dos 5,3%. Os economistas da Febraban apostam em dólar a R$ 1,76 na média deste ano.
O editor leu todo o trabalho e quer destacar a análise sobre os reflexos do cenário externo no interior da economia brasileira, conforme está ali descrito, ao replicar o tom do que avalia o Banco Central, que capturou este sentimento majoritário do mercado:
É mantida a avaliação de que a melhoria no cenário europeu apenas afasta o risco de ruptura da zona do euro, mas não reverte a perspectiva negativa para o desempenho da economia mundial para o curto e médio prazos. Atividade industrial brasileira e criação empregos voltam a cair
A atividade da indústria brasileira mostrou contração pelo sexto mês consecutivo em fevereiro, de acordo com a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os empresários das regiões Sul e Sudeste são os menos otimistas. Enquanto o ICEI no Sul marcou 56,8 pontos, o do Sudeste foi de 56,4 pontos em março. Já os empresários nordestinos são os mais otimistas. O ICEI da região Nordeste atingiu 62,9 pontos em março ante 61,7 pontos em fevereiro. É seguido pelo índice da região Norte, que registrou 59,7 pontos, e do Centro-Oeste, que assinalou 59,1 pontos.
O ICEI de fevereiro foi calculado com base em entrevistas com 2.304 empresas entre 1º e 14 de março, das quais 829 de pequeno porte, 880 médias e 595 de grande porte.
A UCI efetiva-usual, conceito que leva em conta a comparação com a média do mesmo mês de anos anteriores, ficou em 42,9 pontos em fevereiro, mantendo-se abaixo da linha divisória de 50 pontos. Em janeiro, esse indicador registrou 41,7 pontos. Em fevereiro do ano passado, a taxa foi de 46,7 pontos.
A pesquisa da entidade também revelou que o nível de emprego na indústria seguiu em contração em fevereiro. A leitura desse indicador passou para 48,3 em fevereiro, maior que os 47,1 em janeiro, mas ainda abaixo de 50. Números acima desse nível indicariam expansão do emprego.
Fonte: Blog Polibio Braga